Todos estamos aqui porque gostamos de tecnologia. Mas temos que admitir que, às vezes, certas traquitanas não se adaptam bem ao ambiente, sobram, não combinam. Vocês já viram a tela interativa do Fantástico? Me parece um caso desses...
O Fantástico tem um formato tradicional, com Zeca Camargo e Patrícia Poeta em pé, algumas vezes já um tanto sem jeito, com a obrigação de balançar o corpo e gesticular conforme a fala. E tem a tela, anunciada como novidade, que tem que servir pra alguma coisa.
Quando apresentam uma reportagem, chamam, ampliam e deslocam imagens com a ponta dos dedos, fazem círculos e setas destacando coisas que às vezes não são lá muito visíveis. Os editores não podem simplesmente carregar a imagem na tela inteira, porque têm a obrigação de mostrar a performance desengonçada dos apresentadores, afinal, não é apenas uma animação, é um touchscreen com infográficos interativos.
Eu tenho uma boa TV de LCD mas, mesmo assim, uma TV dentro da TV é algo que não garante lá muita qualidade. A imagem fica longe, e eles ainda tem que fazer um esforço para não ficar na frente da tela.
Mas o que mais me incomoda é que não serve pra nada, não acrescenta nada. É diferente de uma aula, em que recursos gráficos podem ajudar a construir uma idéia. Pra que serve mostrar a foto de um fulano, a foto de uma fulana, circular o rosto de um e de outro, fazer uma setinha de um até outro pra dizer que eles tinham um relacionamento? É patético!
Tudo bem que a tecnologia seja um objeto de fetiche. Um iPod é legal mesmo quando desligado, um Porsche na garagem continua sendo um Porsche. Mas quando a coisa atrapalha, é hora de repensar um pouco se a tecnologia é, em si, um valor.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário