Passando a limpo o mundo das imagens

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A tela interativa do Fantástico

Todos estamos aqui porque gostamos de tecnologia. Mas temos que admitir que, às vezes, certas traquitanas não se adaptam bem ao ambiente, sobram, não combinam. Vocês já viram a tela interativa do Fantástico? Me parece um caso desses...

O Fantástico tem um formato tradicional, com Zeca Camargo e Patrícia Poeta em pé, algumas vezes já um tanto sem jeito, com a obrigação de balançar o corpo e gesticular conforme a fala. E tem a tela, anunciada como novidade, que tem que servir pra alguma coisa.

Quando apresentam uma reportagem, chamam, ampliam e deslocam imagens com a ponta dos dedos, fazem círculos e setas destacando coisas que às vezes não são lá muito visíveis. Os editores não podem simplesmente carregar a imagem na tela inteira, porque têm a obrigação de mostrar a performance desengonçada dos apresentadores, afinal, não é apenas uma animação, é um touchscreen com infográficos interativos.

Eu tenho uma boa TV de LCD mas, mesmo assim, uma TV dentro da TV é algo que não garante lá muita qualidade. A imagem fica longe, e eles ainda tem que fazer um esforço para não ficar na frente da tela.

Mas o que mais me incomoda é que não serve pra nada, não acrescenta nada. É diferente de uma aula, em que recursos gráficos podem ajudar a construir uma idéia. Pra que serve mostrar a foto de um fulano, a foto de uma fulana, circular o rosto de um e de outro, fazer uma setinha de um até outro pra dizer que eles tinham um relacionamento? É patético!

Tudo bem que a tecnologia seja um objeto de fetiche. Um iPod é legal mesmo quando desligado, um Porsche na garagem continua sendo um Porsche. Mas quando a coisa atrapalha, é hora de repensar um pouco se a tecnologia é, em si, um valor.

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